segunda-feira, 9 de março de 2009

A caridade

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Se eu falasse as línguas dos homens e as dos anjos,

mas não tivesse amor,

eu seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine.

 


Se eu tivesse o dom da profecia,

se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência,

se tivesse toda a fé, a ponto de remover montanhas,

mas não tivesse amor, eu nada seria.

 


Se eu gastasse todos os meus bens no sustento dos pobres

e até me entregasse como escravo, para me gloriar,

mas não tivesse amor, de nada me aproveitaria.

 


O amor é paciente, é benfazejo;

não é invejoso, não é presunçoso nem se incha de orgulho;

 


não faz nada de vergonhoso,

não é interesseiro,

não se encoleriza, não leva em conta o mal sofrido;

 


não se alegra com a injustiça, mas fica alegre com a verdade.

 


Ele desculpa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo.

 


O amor jamais acabará.

As profecias desaparecerão,

as línguas cessarão, a ciência desaparecerá.

 


Com efeito, o nosso conhecimento é limitado,

como também é limitado nosso profetizar.

 


Mas, quando vier o que é perfeito, desaparecerá o que é imperfeito.

 


Quando eu era criança, falava como criança,

pensava como criança, raciocinava como criança.

Quando me tornei adulto, rejeitei o que era próprio de criança.

 


Agora nós vemos num espelho, confusamente;

mas, então, veremos face a face.

Agora, conheço apenas em parte,

mas, então, conhecerei completamente, como sou conhecido.

 


Atualmente permanecem estas três: a fé, a esperança, o amor.

Mas a maior delas é o amor.

(ICor, 13)

 

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“Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?”
Ele respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus,

com todo o teu coração, com toda a tua alma

e com todo o teu entendimento!”
Esse é o maior e o primeiro mandamento.

 

Ora, o segundo lhe é semelhante:

“Amarás teu próximo como a ti mesmo”.

(Mt22, 36-39)

 

caridade

Neste período quaresmal, estamos num deserto,

assim como Jesus. São quarenta dias e quarenta

noites, de recolhimento, da busca interior de coisas

que nós mesmos nem sabemos.

 

Como é difícil buscar e encontrar “coisas” dentro de

nós próprios!

 

Estamos neste deserto, mergulhados em nosso eu,

e não encontraremos somente coisas boas.

Encontraremos muita poeira, muitos nós a serem desfeitos,

muitas interrogações e fragilidades.

 

Estamos neste deserto, a sós, com Deus.

Mas não nos espantemos se dermos de cara

com o “encardido”. Ele aparece sempre disfarçado

de algo que nos chama atenção. Pois,

na realidade, se aparecesse sem nenhum atrativo,

não chamaria atenção alguma!

 

Porém, nossa atenção está voltada firmemente

para os bens celestiais. Isto é o que

o maior mandamentos nos impõe.

SIM, IMPÕE! EU ENTENDO QUE AMAR É UMA ORDEM!

Porém, não a maneira dos homens, de forma superficial

e  imposta arrogantemente.

Mas silenciosamente, quando ficamos absortos no tempo,

onde nele estão contidos o cantar dos pássaros, o murmurinho

do brincar da criançada, o barulho das ondas do mar banhando

a areia da praia, o vento a fazer dançar as folhas das árvores,

o compadecer-se dos pequeninos, marginalizados e excluídos

ao andarmos pelas ruas, o olhar para o outro em sua essência

e não prioritariamente para os protocolos que os cercam.

Cercas estas criadas pelas mãos e mentalidades dos homens

e não de Deus.

 

ATITUDE – Caridade sem atitude não existe.

                 Viver o Evangelho pondo a frente os protocolos

                 e burocracias impostas e criadas pelo homem, NÃO é

                 vida. Obediência a Deus, às suas leis, não aos homens

                 quando estas vêm contidas com burocracias que

                 impedem a semente de germinar e dar frutos.

 

Estamos no deserto, com o olhar fixo nos olhos de Deus.

Estamos orando e jejuando. Sacrifício? SIM!!!

É válido? SIM!!! Mas falta algo.

Uma sensação de um vazio interior… Falta algo!

A CARIDADE. Sem ela, nada vale a pena, nada tem valor, nada

temos, em nada crescemos.

É tão difícil amar como Jesus amou! Mas é uma Ordem, uma Meta,

não a força, mas aprendendo a viver, aprendendo a enxergar

com os olhos de Deus e a servir, como Jesus deseja.

 

Caríssimos, não estou aqui tentando impor minha verdade,

porque não tenho verdade alguma.

A verdade é Deus, a sua Palavra.

Disse Jesus: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.

 

Enfatizo: É tão difícil amar como Jesus amou! Muito.

Mas olhemos para a sua santa cruz.

Quem conseguimos enxergar pendurado (a)

nesta cruz hoje?

 

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Não consigo entender  quando se dá preferencialmente

valor aos protocolos e burocracias, impostos pelo homem,

sem a busca hoje, antes, de suas necessidades.

Estamos mais preocupados com as necessidades

do próximo ou com as formalidades que nos foram impostas?

“lembremos que não é proibido fazer bem aos sábados”.

 

A poeira encontrada precisa ser jogada fora

e não empurrada para debaixo de um tapete.

 

Forasteira, a caminho da casa do Pai.

Sem morada fixa. Um dia aqui. Outro dia acolá.

Sempre de malas prontas?!

Malas? q malas? Eu não tenho nada de próprio nesta vida

a não ser meus pecados.

O que tenho de bom não é meu, mas sim do Pai.

Eu não me pertenço. Pertenço ao Pai.

Sei que o Pai quer me ver feliz.

Então procurarei nesta vida a FELICIDADE PLENA

enquanto eu existir.

Para com certeza encontrá-la na outra.

Um dia aqui

Outro dia lá

Sem malas

Sem bagagens

Apenas levarei a inspiração vinda do Alto.

Nos braços do espírito.

Embora não me compreendam

e levem mais a sério os “PROTOCOLOS”.

 

caminhar

Que o Senhor nos ajude a encontrar as respostas

às perguntas que precisamos

neste período.

Que o Senhor nos ajude a conhecer e viver esse Amor!

 

Paz a todos!!!

Um comentário:

Denunciador disse...

Você tem toda razão, a prática de certos formalismos impedem a perfeita caridade. Era isto que muito incomodava Nosso Senhor em sua vida terrestre, por isto se diririndo a estes dizia: -Hipócritas!
Mas lembremos também que ele sempre quis estar no meio deles. "São os doentes que precisam de médico".
Eis um trecho do Evangelho bem elucidativo:
"Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês pagam o dízimo da hortelã, da erva-doce e do cominho, e deixam de lado os ensinamentos mais importantes da Lei, como a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês deveriam praticar isto, sem deixar aquilo" ( Mt 23,23)
O dízimo da hortelã, erva-doce e cominho é mera formalidade que se cumpria. Jesus diz que a prática da caridade tem que estar a frente, mas "sem deixar aquilo".
Tudo deve ser feito conforme a Lei, mas acima de tudo está a caridade, sem esta, como diz Paulo, e também Nosso Senhor, tudo perde o sentido!
Paz e Bem!