domingo, 31 de maio de 2009

Pentecostes

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Vem, Espírito Santo, e renova toda a face da terra, enche nosso coração, nossa mente…todo o nosso ser, com a Tua chama de amor! Incendeia nossa  existência inteira com o Teu fogo abrasador, para amar nosso carinhoso e bondoso Pai celeste com um amor total e incondicional! Inflama-nos com uma profunda compaixão para com cada ser humano, para amar a todos igualmente, profundamente e fortemente como a nós mesmos. Expulsa e erradica de nosso coração todos os pecados e toda negatividade:  egoísmo, inveja, ódio, falta de perdão e orgulho! Inunda nosso ser com amor, perdão e humildade! Derrama todos os Teus dons em nossa alma, para crescermos mais e mais em perfeição com cada dia que passa. Revela-nos os nossos erros, para podermos corrigi-los. Guia-nos para a santidade, para que fiquemos puros como as crianças inocentes. Ilumina a Tua santa igreja com o dom de sabedoria, para guiar, para consolar e para dirigir o seu rebanho para a vida eterna! Imprime em cada alma um desejo profundo por uma unidade amorosa, para que cada nação, cada credo, cada raça, se una num sincero e verdadeiro amor fraternal, formando uma união amorosa e real, com um só pastor e um só rebanho, para sempre. Amém!

Dom Pedro Fedalto - Arcebispo

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Os dons do Espírito Santo

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São Paulo fala dos dons e frutos do Espírito Santo, ao longo de suas cartas, dizendo que são esses frutos, em nós, que nos revelam o verdadeiro rosto de Deus. Aos Romanos, Paulo diz que é o Espírito Santo que nos faz filhos de Deus. “Todos os que se deixam guiar pelo Espírito, esses é que são filhos de Deus”. Aos Efésios, aponta como frutos do Espírito Santo: a bondade, a justiça e a verdade. E aos Gálatas, dá uma lista, dá uma lista maior dos frutos do Espírito Santo: o amor, a paz, a paciência, a amabilidade, a bondade, a fidelidade, a modéstia, o domínio de si mesmo.

 

São certas qualidades que vemos nas pessoas que nos fazem descobrir a presença do Espírito Santo. Ele e seus dons, vivem conosco, misturados na nossa vida e se resumem em:

 

1) O dom do temor de Deus – não é tanto o medo de sermos castigados pelos nossos pecados, mas o de mancharmos o reflexo de Deus em nossa alma, de entristecermos o Espírito Santo que habita em nós, de causar a menor mágoa àquele que deu por nós a sua vida. O temor de Deus nos leva a estarmos atentos para não cair em pecado, que nos separa de Deus, quando a falta é grave e pleno o consentimento.

 

2) O dom da piedade – não significa tanto pena ou compaixão, como hoje se pensa, mas o sentimento que os filhos devem ter em relação aos pais. Assim sabemos que Deus é nosso Pai e Criador, não podemos nos conformar em vê-lo substituído por um ídolo, obra das mãos humanas. O dom da piedade nos leva, portanto, a nos sentirmos filhos de Deus, o Pai nosso que está no céu e a nos esforçarmos por nos tornar semelhantes a Ele. “ sede perfeitos como o Pai celeste é perfeito”.

 

3) O dom da fortaleza ou força – nem todos precisamos chegar ao martírio do sangue derramado, mas todos precisamos do dom da fortaleza para vencer o respeito humano, resistir às zombarias e jamais renegar a nossa fé!

 

4) O dom do conselho – nos mostra quais os meios que devemos usar, não para “vencer na vida” mas para progredir no amor a Deus e levar os outros a Ele.

 

5) O dom da inteligência – nos leva a sentir de tal modo a existência de Deus, que desejamos nos ocupar cada vez mais com ele, buscando penetrar melhor nos seus mistérios.

 

6) O dom da ciência – nos ajuda sobretudo, a compreender os planos de Deus, isto é, a Sagrada Escritura, o Evangelho e o catecismo.

 

7) O dom da sabedoria – não significa que tenhamos grande número de conhecimentos, mas em sabermos procurar o caminho certo para chegar ao convívio com Deus. Pelo dom da sabedoria sabemos ver a mão de Deus em nossa vida e colaborar com seus planos, como fez Maria, quando disse: “Eis a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a sua vontade”. Sabedoria lembra sabor e o dom da sabedoria nos leva a saborear as coisas de Deus e seus desígnios.

 

Enquanto os dons da inteligência e da ciência vêm em auxílio da nossa fé e o temor de Deus auxilia a nossa esperança, o sétimo dom, o da sabedoria, vem em auxílio da nossa caridade.

Fonte: Revista  PAZ E BEM – OFS DO BRASIL – MAIO/JUNHO – 2009 – PÁG. 09.

VEJA TAMBÉM: Espírito Santo na Mística Franciscana

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segunda-feira, 25 de maio de 2009

Quem é o Espírito Santo?

Em honra da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, que será celebrada no próximo domingo – 31/05 - (Pentecostes), meditaremos esta semana sobre Aquele que Jesus nos enviou para guiar e discernir nossos corações, nossos passos, nossas vocações : O Paráclito – nosso Advogado.

                                                                                          Deus e o homem

pentecostes

                                                                                       Quem é o Espírito Santo?

 

Lemos no Livro dos Atos dos Apóstolos que Paulo, chegando em Éfeso, encontrou alguns discípulos e perguntou-lhes se tinham recebido o Espírito Santo quando foram batizados. Eles responderam: “Nem sequer ouvimos dizer que existe Espírito Santo” (At 19,2).

Hoje, se a pergunta fosse dirigida a algum de nós, a resposta certamente seria positiva, pois todos nós fomos batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Entretanto, se nos perguntassem se vivemos segundo o Espírito, não sei se a realidade de nossas vidas nos permitiria dizer Sim. O mesmo apóstolo Paulo afirma que os filhos de Deus deixam-se conduzir pelo Espírito Santo (Rm 8,14). Essa luz do Espírito que nos mostra o caminho não é contrária a luz da razão nem a elimina, mas lhe é superior e nos faz enxergar melhor, mais alto e mais longe do que a razão só. É a luz da fé que recebemos gratuitamente no batismo, quando fomos introduzidos e inseridos na família divina. A expressão é forte, mas a encontramos em 2 Pd 1, 4: “ consortes da natureza divina”.

Teríamos, entretanto, que reconhecer que não foi esse o tom maior de nossa educação cristã. Ela, normalmente, acentuou mais o nocional do que o vivencial. Insistiu-se muito no “saber” o catecismo, no conhecer as verdades da fé mais do que no viver segundo o Espírito. O passo novo a ser dado – e que é uma das urgências indicadas pelo Vaticano II – é o de recuperar o tempo perdido e entrar firmemente no processo de educação da fé o que leva o fiel a deixar-se conduzir pelo Espírito Santo.

A Bíblia nos mostra como esse deixar-se conduzir foi eficaz em Maria, proclamada bem-aventurada porque acreditou. Também de Jesus está escrito que ele foi conduzido pelo Espírito ao deserto a fim de ser tentado por Satanás” (Mc1, 12-13). A expressão “tentado por” tem, geralmente, na Bíblia, o sentido de “provado”. Lemos também que Jesus, ao ouvir de seus discípulos a narrativa do êxito deles na missão, “exultou no Espírito Santo e disse: Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra...”

É no quarto Evangelho que a revelação do Espírito Santo se torna mais surpreendente. Na última Ceia, Jesus abre o coração para seus discípulos e lhes revela o mistério divino em toda a sua profundidade: “ Quando vier o Defensor que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade que procede do Pai, ele dará testemunho de mim” (Jo, 15,26).

Finalmente, o ápice da revelação do Espírito acontece em Pentecostes, quando, simbolicamente, o Espírito se espalha sobre todo o universo representado pelos que acorreram ao local, onde os discípulos estavam reunidos. Eram cidadãos de lugares, de países e de línguas diferentes: partos, medos e elamitas, gente da Mesopotâmia, da Judéia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frigia e da Panfília, do Egito e da Líbia, romanos, judeus e prosélitos cretenses e árabes... Era o mundo todo ouvindo e entendendo o louvor dos discípulos a Deus. De Paulo se diz que o Espírito Santo o impediu de anunciar o Evangelho na Ásia e na Bitínia e, ao mesmo tempo, o encaminhara para a Macedônia (At 16, 6-10).

Esse mesmo Espírito que agia nos primeiros discípulos de Cristo continua presente no mundo. A diferença é que, se há muitos que se deixam conduzir por Ele, há também muitos outros que nem tomam conhecimento de sua presença. Isso faz a diferença. Entender isso é fácil. Desejar seguir esse caminho não é difícil para quem, como nós, recebeu uma formação cristã na família, na Igreja e em nossa sociedade dita cristã. O difícil não é entender ou desejar seguir. O difícil é traduzir na prática constante, no dia- a- dia, essa certeza que deve impregnar nossa vida e cada um de seus atos como nos afirma o profeta: “Vai-se acabar quem não é reto. O justo viverá por sua fidelidade” (Hab 2,4)

É um processo, é a meta a ser atingida. Ela supõe uma decisão inicial, uma experiência do Espírito, uma conversão.

Fonte: CNBB – Regional Leste II

Revista PAZ E BEM – OFS DO BRASIL – MAIO / JUNHO – 2009 – Dom José Maria Pires – Arcebispo Emérito da Paraíba

Esta meditação me fez lembrar de uma peregrinação religiosa que fiz há pouco tempo. Um dos lugares que fui abençoada e agraciada em estar foi no Santuário de Fátima, em Portugal. A casa da nossa Mãe e Rainha. Indescritível a sensação, a presença da Virgem, Mãe amorosa do Senhor e da Igreja, esposa do Divino Espírito Santo. Lá eu “inspirei” e “respirei” o Divino.

Pude ir lá várias vezes porque o hotel que ficamos hospedados ficava na rua do Santuário. Em missas e outras celebrações que participamos, haviam povos de diferentes países, línguas variadas, povo simples e de muita fé, que como eu, aparentava falar cada um somente a sua língua pátria. Mas ali todos nós conseguíamos entender toda a celebração e acompanhá-la perfeitamente. E conseguíamos nos comunicar uns com os outros também, de forma inexplicável. Parece ilusão! Mas não é. Assim como aconteceu com Maria, acontece hoje: Para quem Crê, acontece!

E ninguém se perdia em parte alguma do rito das celebrações. Povo todo reunido e na língua do Espírito, falávamos a mesma língua: a do Amor de Deus entre irmãos. Difícil descrever aqui tudo que senti naquele santuário. Só posso dizer que o Espírito Santo pairou sobre nós naquele lugar, pra lá de santo.

Paz e Bem.

sábado, 16 de maio de 2009

Liturgia: Repouso e não Estresse

 

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Hoje em dia muitas celebrações litúrgicas, em vez de levarem ao repouso, conduzem a um verdadeiro cansaço, um perigoso estresse. Uma senhora me dizia, em Goiânia, que na terra onde mora, perto de Belém do Pará, as Missas estão se tornando insuportáveis devido ao estrépito, à barulheira do canto, dos conjuntos musicais, além de comentários intermináveis e avisos que não terminam. Às vezes, ainda consegue levar o marido à Missa, diz ela, mas a certa altura ele diz: "Mulher, não agüento mais, vou embora". De fato, levanta-se e se retira.

Ora, a sagrada Liturgia não constitui um espetáculo. Toda a assembléia celebrante brinca diante de Deus e em Deus. A Liturgia não é conquista humana. Não é eficaz pela força das palavras como se fosse uma conquista. É obra de Deus, puro dom divino, Deus mesmo a ser acolhido. A Liturgia leva a assembléia ao repouso em Deus e não ao cansaço, ao estresse do esgotamento físico e psíquico.

Na ação litúrgica já participamos do "repouso" prometido por Deus a seu povo (cf. Sl 94). Ela conduz à tranqüilidade, ao descanso, ao sossego da comunhão de vida e do amor com Deus e em Deus. Seu desenrolar aos poucos vai aquietando os corações dos que chegam à assembléia celebrante cheios de tensões causadas pela vida agitada, pelas preocupações do dia-a-dia. Aos poucos, na escuta da Palavra de Deus, o coração se deixa reconciliar, estabelece-se novamente a harmonia com Deus, com o próximo e com toda a criação. Os participantes acolhem a Palavra e a deixam aninhar-se no seu coração. Todos vão se deixando enlevar pelo ritmo dos diversos ritos, que estabelecem o clima de oração, melhor, que constituem oração, relação efetiva e afetiva com Deus por Cristo e em Cristo Jesus.

Por isso, as nossas celebrações devem voltar a ser mais contemplativas dos mistérios de Cristo que se tornam presentes, onde entrará sobretudo a linguagem da escuta atenta, da acolhida, da contemplação, dos ritos em si mesmos, inclusive, do silêncio.

A celebração cristã não pode estar repleta de estímulos externos, de estrépito, de barulho, repleta de ruídos. Evitar-se-ão toda surpresa, toda quebra do ritmo do rito, toda interrupção do fluir da relação orante com Deus através de todas as faculdades e todos os sentidos, embalada pelo ritmo do rito. A palavra, o som, o canto e a música constituem apenas um aspecto da participação ativa. É um desastre quando o som da palavra e da música se torna atordoante e ensurdecedor. Isto não leva ao repouso em Deus, mas a maior tensão, ao estresse. As pessoas deixam a celebração mais tensas do que quando chegaram.

Diria que a participação ativa é antes uma acolhida passiva do dom de Deus, do próprio Deus no coração, deixando-se envolver por Deus, revestir-se de Deus, fazendo sua a glorificação prestada por Jesus Cristo ao Pai. Deus não se agrada com um culto de multiplicação de palavras. Compraz-se com um coração contrito e humilhado.

Toda celebração litúrgica, particularmente a Eucaristia, possui uma dinâmica interna. O início pode ser mais vivo para despertar e motivar a celebração. Aos poucos, porém, a partir da escuta e da contemplação dos mistérios, brota a resposta orante de admiração, de adoração, de louvor, de ação de graças. Comer e beber juntos exige tranqüilidade, sossego, satisfação, plenitude. Assim, toda a assembléia flui para o repouso, a comunhão, a linguagem do coração, a linguagem do esposo e da esposa, para o silêncio profundo da satisfação em Deus. Acontece, então, a reconciliação total, o descanso, o repouso em Deus. O coração e a alma se retemperam em Deus, se fortalecem com o dom de Deus. Assim, reconciliadas, as pessoas podem retornar à luta do dia-a-dia.

 

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Por: Frei Alberto Beckhäuser, OFM

Fonte: Instituto Teológico Franciscano

quinta-feira, 14 de maio de 2009

De mãos dadas, pela Paz!

Notícias da peregrinação do Papa Bento XVI:

 

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Muçulmanos, judeus e cristãos, rezam pela paz, de mãos dadas.

O Papa Bento XVI encontrou-se às 16h30 (hora local) com os chefes religiosos da Galiléia. O encontro ocorreu no Auditório do Santuário da Anunciação de Nazaré. O compromisso do Papa foi marcado por um cântico de paz entoado por um chefe religioso judeu. Neste momento Bento XVI levantou-se e convidou os líderes religiosos a darem as mãos uns aos outros.

Os chefes religiosos cristãos, judeus, muçulmanos e drusos, em breves pronunciamentos, reafirmaram que as três religiões valorizam o diálogo e a paz.

Em suas palavras, o Papa Bento XVI, assinalou: "A paz duradoura provém do reconhecimento de que o mundo não é nossa propriedade, mas, é horizonte onde nós fomos convidados a participar do amor de Deus (...) somos chamados a conformar as nossa escolhas às complexas percepções e leis escritas pelo criador do universo e a modelar nossas ações segundo a bondade divina que prevalece no Reino da Criação".

Fonte: Arquidiocese de Niterói On Line

domingo, 10 de maio de 2009

Mães de Coração Franciscano

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1. Uma das pessoas mais importantes de nossa vida e do  mundo é, sem dúvida, a figura da mãe. O tema é vasto e polêmico  e pode ser visto de diferentes maneiras. Não podemos fazer coro com a sociedade de consumo que, de modo particular no mês de maio, faz das mães objeto de consumo.  As lojas mais simples e aquelas de grife esperam sempre um faturamento excepcional por ocasião da festa das mães.  Querem aumentar suas vendas de não sei quantos por cento... com relação ao ano passado....Por isso, nesse tempo cortejam a mãe...simplesmente por interesse...


2. Ser mãe não é uma fatalidade, mas uma vocação. Não basta apenas gerar o corpo da criança. A mãe ( e também o pai) estarão ao lado dos filhos até que esses possam ser pessoas de pé e mesmo depois. A mãe dá suas proteínas e sais minerais, coloca a criança no mundo e, de perto e de longe, acompanha seus passos e descompassos.  Deus sabe como é difícil hoje colocar um filho no mundo e sobretudo educá-lo conforme as coisas do bom senso e do Evangelho, da sabedoria e do Coração de Deus.


3. Há essas preocupações dos primeiros tempos. Há a inexperiência do primeiro filho. Há o cansaço devido ao trabalho fora de casa. Há um marido que pode se fazer presente na vida do lar ou então se omitir completamente. Insistimos: ser mãe não é fatalidade. É uma decisão. A criança só pode chegar ao mundo quando puder se acolhida numa casa, num lar onde pai e mãe se estimam e  estão ali para acolher o mistério da pessoa de cada filhos.


4. Numa dessas instituições de amparo à maternidade encontramos muitas vezes meninas de 12 ou 13 anos que já são mães e ali são acompanhadas por pessoas de boa vontade ou profissionais da medicina. Não é normal que uma criança venha ao mundo em tais condições.  Não podemos aceitar que os meios de comunicação social aceitem o fenômeno do mãesolteirismo com tanta facilidade.


5. A mãe percorre um longo caminho através da vida.  Antes de tudo ela é esposa. Encontrou um homem com o qual decidiu fazer história. Ele é seu esposo, seu marido, seu companheiro. Um casal verdadeiramente conjugal é a melhor garantia do sucesso do acompanhamento e da educação do filho. O filho não pode ser uma fuga da vida conjugal da mulher....


6. Aparecem, no começo, os sinais da gravidez, os meses todos, os primeiros anos, a escola, a catequese, as companhias, o despertar da adolescência, a catequese, a primeira comunhão, os estudos superiores, as saídas à noite, o tempo de namoro, o casamento bem ou mal sucedido, os netos.... A mulher nunca acaba de ser mãe...E quando está para morrer, bem idosa, ainda tem uma séria preocupação. Seus dois filhos não se falam... Como poderá ela morrer em paz quando seus filhos, esses dois que saíram de seu ventre, não se falam, não se estimam?


7. Penso naquela senhora que é chamada a reconhecer o corpo do filho no IML. Ela chega com seu chinelo de dedo e procura entre os corpos o corpo de seu filho, que, segundo lhe informaram, estava numa das dependências do dito instituto. “Meu marido morreu e eu tive que criar esse menino e duas garotas... Sebastião estava sumido há algum tempo...mais de dois anos. Estava nas drogas. Deve ter roubado e matado. O menino que saiu de meu ventre que eu tanto amo e que, certamente, matou... Esse corpo é de meu filho Sebastião, corpo tão parecido com o corpo de meu marido e com essa cicatriz perto dos olhos devido a um arranhão numa cerca de arame farpado.. Podem enterrar... eu não tenho condições de providenciar para meu filho nem mesmo um caixão...”


8. Precisamos sempre de novo insistir no tema das mães cristãs. O mundo vive um momento de transformação e, no seio da família, ainda é possível transmitir os elementos necessários para que as crianças aceitem a fé cristã em suas vidas. No meio de tanta perplexidade será importante que as crianças tenham um ponto de referência cristã na figura de suas mães.  A mãe será, antes de tudo, uma discípula de Jesus e não apenas alguém que tem sentimentos religiosos mais ou menos vagos. Insistimos: que a mãe seja discípula de Jesus.  Ela poderá e deverá se revestir das cores e dos traços do Evangelho:  despojamento, serviço, disponibilidade, humildade, simplicidade, espírito de perdão e misericórdia.  A mãe cristã respeita  a liberdade dos filhos, se faz discretamente presente em sua história e em sua vida, tem a habilidade de mostrar aos filhos, sobretudo pelo seu testemunho, que Cristo é o sentido de sua vida e pode ter também deles, desses que são seus filhos.


9. Neste contexto poderíamos falar também traços franciscanos no perfil de uma mulher mãe:
• Num mundo de individualismo e de salve-se-quem-puder uma mãe franciscana despertará o interesse pelos outros, como Francisco tinha pelas coisas, pelas pessoas, pela obra de Deus. Fará de sua casa um laboratório de prestação de serviços e de mútua solidariedade.
• Num mundo de indiferentismo a mãe franciscana saberá dizer que os irmãos, as pessoas se amem precisamente com um amor de mãe como Francisco queria que os frades se amassem.
• Franciscanamente a mãe transmite carinho pela Eucaristia e fé nos sacerdotes, como era o estilo de Francisco. Ela leva os filhos ao templo, aponta para a lamparina vermelha e pede que os filhos aprendam aquela belíssima oração: “Nós vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus....”.
• A mãe franciscana ensina aos filhos o cuidado pelos mais abandonados, assim como Francisco cuidou dos leprosos.  Muitas vezes ele os leva até certos lugares onde possam ser consolo dos que sofrem e voz dos sem voz.
• Uma mãe franciscana, neste tempo de desrespeito pela natureza, pelo criado, pelas matas e pela água  cria em casa um senso aguçado de  atenção pela conservação e preservação da natureza.
• Num mundo de consumo, numa sociedade que transforma as pessoas em objeto de consumo, a mãe franciscana vive a simplicidade, a partilha, o despojamento, a parcimônia...Os  filhos não serão melhores  porque fizeram viagens a Disney World.  Não dá mais para ver essas mães que fazem de seus filhos escravos da aparência e gente sem personalidade.
• A mães da terra trazem em seu semblante traços da mãe de Jesus, de Maria de Nazaré.


Por: (*) Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM é Assistente Nacional para a OFS e Assistente Regional da OFS do Sudeste II

Fonte: Franciscanos

MARIA – PRIMEIRO SACRÁRIO VIVO DO SENHOR.

DEUS QUIZ QUE TODAS AS MULHERES TIVESSEM TRAÇOS DA MÃE DE JESUS. ASSIM SEJA!

sábado, 2 de maio de 2009

Maio – Mês de Maria, Mãe do Redentor e nossa Mãe

 

Prova da veneração de São Francisco de Assis é a belíssima "Saudação à Mãe de Deus"colagem maria e jesus


Salve, ó senhora,
Rainha santa,
Mãe santa de Deus,
ó Maria,
que sois Virgem feita Igreja,
e escolhida pelo santíssimo Pai celestial,
que vos consagrou com seu santíssimo e dileto Filho e o Espírito Santo Paráclito!
Em vós residiu e reside toda a plenitude da graça
e todo o bem!
Salve, ó palácio do Senhor!
Salve, ó tabernáculo do Senhor!
Salve, ó morada do Senhor!
Salve, ó manto do Senhor!
Salve, ó serva do Senhor!
Salve, ó Mãe do Senhor,
e salve vós todas, ó santas virtudes, derramadas, pela graça e iluminação do Espírito Santo, nos corações dos fiéis, transformando-os de infiéis em fiéis do Senhor!

 

A tradição da Igreja se debruça sobre a história dessa mulher e a venera como mistério de fé. O culto àquela que a fé cristã chama de Nossa Senhora reside e se expressa, fundamentalmente, nos nomes com os quais a Igreja a aclama e cultua: Mãe de Deus, Virgem, Imaculada e Assunta aos Céus. Cada um destes títulos, revelando algo de Maria, tem o que dizer à mulher sobre sua identidade e sua missão.


Proclamar que Maria é Mãe de Deus significa trazer à luz toda a grandeza do mistério da mulher. Mistério de abertura, de fonte e proteção da vida. Em toda a Bíblia, desde o relato da Criação, a mulher está ligada à geração da vida: conhece as condições do seu lento germinar, de suas demoras, do paulatino desabrochar de sua fecundidade. Mãe de Jesus - o Filho de Deus e Deus mesmo - Maria com sua maternidade vive esta aliança com a vida até o seu ponto máximo e coloca a mulher no centro do mistério maior da fé cristã: o mistério da Encarnação.

 

No ventre da mulher Maria, onde é gerado o homem Jesus, o Deus vivo se encarna, toma carne humana, carne de homem e de mulher. E assim fazendo, consagra para sempre a condição humana como caminho para Deus e para a verdadeira vida e confirma a mulher como guardiã da esperança e da fé na vida, vencendo os sinais da morte e da esterilidade.

 

Venerar Maria como Virgem é também afirmar algo sobre a própria essência da mulher. A mulher é, fundamentalmente, aquela que Deus fez aberta, como espaço de liberdade para acolher, proteger, nutrir e abrigar o mistério: espaço disponível, virgem, pronto a hospedar todas as possibilidades, todos os horizontes, prestes a ser transpassada pela força do Altíssimo e impregnada pelo Verbo da Vida. Assim sendo, a mulher acena para aquilo que toda criatura humana é chamada a ser.

 

A virgindade de Maria abre perspectivas novas para a vocação de todo ser humano, chamado a ser tábua de carne disponível para as inscrições do Espírito Santo, espaço irrestrito e ilimitado onde o Espírito de Deus possa fazer maravilhas. Venerar Maria como Imaculada e cheia de graça significa dizer algo de suma importância sobre a mulher, incluindo sua corporeidade. A mulher, que o livro do Gênesis denunciava, em Eva, como causa do pecado original, colocando sobre todo o sexo feminino um fardo difícil de carregar, em Maria é proclamada bem-aventurada, imaculada, sem pecado.

 

Na pessoa de Maria de Nazaré, Deus fez a plenitude de suas maravilhas. É na carne e na pessoa de uma mulher que a humanidade pode ver, então, sua vocação e seu destino levados a bom termo, a criação chegada à sua meta.


Finalmente, crer e proclamar a Assunção de Maria aos céus em corpo e alma é trazer para a mulher um novo e promissor futuro.

 

O fato de pertencer ao depósito da fé, a afirmação de que uma mulher participa - integral e plenamente - da glória de Deus vivo, significa resgatar o corpo feminino de toda a humilhação que sobre ela fez pesar a civilização judaico-cristã. A Assunção de Maria restaura e reintegra essa corporeidade feminina no seio do mistério do próprio Deus.

 

A partir de Maria, a mulher tem a dignidade de sua condição reconhecida e assegurada pelo Criador dessa mesma corporeidade, definitivamente participante da glória do mistério trinitário.

(Texto extraído do Manual da Campanha da Fraternidade de 1990, com o tema "A Fraternidade e a Mulher")